sexta-feira, 18 de março de 2011

DE ONDE VEM A RAIVA?


Hoje senti raiva, muita raiva. Não consegui deixar de sentir pena de mim, do meu descontrole, da minha incapacidade de distinguir em mim o que é um sentimento que vaga, da pessoa que sou. E isso é muito difícil de entender, muito mais difícil ainda lidar. Acredito que algumas vidas se arruínam desta forma: os indivíduos não conseguem se separar daqueles sentimentos transeuntes, e cometem sem se dar conta, algumas injustiças.
Eu poderia até chegar as estas vias de fato, se já não soubesse de antemão que aquilo que sentia, não me pertencia. Embora não tenha me impedido de esmurrar a parede e correr como louco nas primeiras horas da manhã. Essas percepções iniciais, seguidas dessa reação alucinada, evitaram que esse sentimento se agravasse e fosse posto para fora como um aborto espontâneo. Ou pior, que fosse suprimido e viesse a transformar o meu corpo em moradia cancerígena de uma personalidade dissimulada. Passada a intempérie, estava eu sozinho com um vácuo no coração a ser preenchido por qualquer outro sentimento.Sentimentos são bombas de reações em cadeia; são energias vampiras, que, se convidadas a entrar, somarão às outras de mesma carga emocional. E como todo vampiro, se esconde na forma de névoas escuras, sombras em nosso inconsciente esperando a oportunidade de voltarem à tona para desencadearem um turbilhão de sensações. Se fosse estúpido, assim faria: contaminaria outras pessoas e abandonaria a chance de transmutar aquilo que sentia. Ainda me encontro muito distante disso, mas já dei um importante primeiro passo.
Deixando as metáforas de lado, ponho-me a pensar em culpados, vacilos e nas causas das situações. Não como auto-compaixão e sim como uma indagação científica-filosófica. Talvez esse olhar mais humano, me conduza em meus primeiros e tímidos passos à santidade, afinal, a inteligência é à base da espiritualidade

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