domingo, 20 de fevereiro de 2011


No filme "Sociedade dos Poetas Mortos", um personagem se destaca como notável exemplo de coragem - Jonh Keating, o professor iconoclasta interpretado por Robin Willians. Nesta obra-prima cinematográfica, Keating pega um grupo de alunos de um internato extremamente rígido, militarizado e conservador, para ensinar literatura da língua inglesa.

Determinado a aguçar o interesse dos rapazes no que eles acreditam ser uma matéria enfadonha, Keating emprega um estilo de ensino altamente revolucionário, e os inspira a fazer da vida algo extraordinário.

Keating mostra para os alunos que eles perderam de vista os sonhos e as ambições. Estão vivendo mecanicamente, segundo as diretrizes e expectativas dos pais.

Almejam tornar-se médicos, advogados e banqueiros porque isso é o que seus pais lhes disseram que seriam. Mas esses sujeitos mal se dedicavam a pensar o que realmente tinham no coração. Numa das primeiras cenas do filme, Keating sai da sala de aula com um sorriso travesso e pede que os rapazes o sigam.

No corredor, Keating reúne os rapazes ao redor de um gabinete que contém troféus empoeirados, lembranças escolares e algumas antigas fotografias em preto-e-branco de velhos alunos. Ali, Keating pede que um dos alunos abra seu livro e recite o poema "Botões de Rosas", de Robert Herrick. Um dos garotos, hesitante, lê em voz alta:

"Colham botões de rosas enquanto podem;
O velho tempo continua voando;
Essa mesma flor que hoje sorri;
Amanhã estará expirando."

- "Colham botões de rosas enquanto podem" - repete o professor. - "Em latim, a expressão que designa esse sentimento é carpe diem. Quem sabe o que significa?".
O garoto sabichão do grupo responde: - "Aproveite o dia". - "Aproveite o dia" - diz Keating - "Colham botões de rosas enquanto podem. Porque o poeta usou essa expressão?" Outro garoto tenta adivinhar: - "Por que ele estava com pressa?" Imitando o zumbido de programa de auditório, o professor o corrige:
- "Não, mas obrigado pela participação." Então ele se volta para os rapazes e explica: - "Porque todos nós somos comida de vermes, senhores! Porque, acreditem ou não, um dia cada um de nós vai parar de respirar, ficar frio e morrer!"
Keating chama a atenção dos garotos para o gabinete dos troféus: - "Agora gostaria que vocês dessem um passo à frente e olhassem com atenção alguns desses rostos do passado. Vocês passaram por eles muitas vezes, mas acho que não repararam com atenção."
Os garotos olham fixamente as fotografias.
- "Eles não são diferentes de vocês, não é?" - sugere o professor. - "Alguns cortes de cabelo. Cheios de hormônios, assim como vocês. Invencíveis como vocês se sentem. O mundo é sua ostra! Eles acreditam que estão predestinados a grandes coisas, assim como vocês. Os olhos deles estão cheios de esperança, assim como os de vocês."

Keating interrompe sua fala a fim de fazer com que suas palavras penetrem nos garotos. - "Eles esperaram até que fosse tarde demais para fazer apenas um pouco do que eram capazes? Vejam, senhores, que estes rapazes hoje estão servindo de adubo." Keating sorri. - "Porém, se vocês chegarem bem perto, poderão ouvi-los sussurrar a vocês: ‘Vamos lá, aproximem-se’".

Os garotos levantam o pescoço em direção ao gabinete de troféus. - "Estão ouvindo?" - Então, como se representasse a alma desses alunos do passado, Keating sussurra com um tom de voz rouca, com sentido de profunda urgência: "Carpe diem. Aproveitem o dia, rapazes! Tornem a vida de vocês extraordinária! Agarre a oportunidade! As oportunidades vêm por você todos os dias. Hoje já foi futuro daquilo que você já esperou tanto no passado. O ideal nunca chega. Hoje é o dia ideal para quem o faz ideal. Viva o hoje. Viver amanhã é tarde demais, viva hoje. Tudo que temos é agora. O hoje bem vivido o prepara tanto para as oportunidades quanto para os obstáculos de amanhã".

Carpe diem! Aproveite o dia e reflita as cores de Deus para seu mundo. Dentro de você, há potencial colocado em você pelo "sopro" de Deus. Não o guarde em segredo. Comece a viver hoje o potencial que Deus lhe deu.

"O mundo é cheio de coisas mágicas pacientemente esperando que nossa percepção fique mais aguçada."
Bertrand Russell
Por:
Daniel C. Luz

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