quinta-feira, 27 de setembro de 2012

1ª Cidade da América do Sul a ter luz Elétrica.


CIDADE DE CAMPOS DOS GOYTACAZES


Igreja Matriz de Campos dos Goytacazes antes da chegada da Luz Elétrica .

Em 1883, dom Pedro II inaugurou, na cidade, o primeiro serviço público municipal de iluminação, tornando Campos dos Goytacazes a primeira cidade do Brasil e da América Latina a receber iluminação pública elétrica, através de uma termelétrica a vapor acionadora de três dínamos com potência de 52 KW, fornecendo energia para 39 lâmpadas de 2 000 velas cada.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

São Cosme e Damião


   São Cosme e Damião, os santos gêmeos, nasceram na Arábia, no século III, filhos de uma família nobre. Estudaram medicina na Síria e depois foram praticá-la em Egéia. Circunstancialmente entraram em contato com o Cristianismo, tornando-se fervorosos seguidores do cristianismo.
Confiando sempre no poder da oração e na confiança da providência divina usaram sua arte médica para curar os necessitados. Não cobravam por seus serviços médicos, e por esse motivo eram chamados de "anárgiros", ou seja, aqueles que "não são comprados por dinheiro". O seu objetivo principal era a conversão dos pagãos à fé cristã, o que bem faziam através da prática da medicina. Desta forma, conseguiram plantar em terra fértil a semente cristã em muitos corações, sendo numerosas as conversões.
Cosme e Damião viveram alguns anos como médicos e missionários na Ásia Menor. As atividades cristãs dos médicos gêmeos chamaram a atenção das autoridades locais da época, justamente quando o Imperador romano, Diocleciano, autoriza a perseguição aos cristãos, por volta do ano 300. Por pregarem o cristianismo em detrimento dos deuses pagãos, foram presos e levados a tribunal e acusados de se entregarem à prática de feitiçarias e de usar meios diabólicos para disfarçar as curas que realizavam. Ao serem questionados quanto as suas atividades, São Cosme e São Damião responderam: "Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder". Recusando-se adorar os deuses pagãos, apesar das ameaças de serem torturados, disseram ao governador que os seus deuses pagãos não tinham poder algum sobre eles, e que eles só adorariam o Deus Único, Criador do Céu e da Terra“!
Por não renunciarem aos princípios religiosos cristãos sofreram terríveis torturas; porém, elas foram inúteis contra os santos gêmeos, e, em 303, o Imperador decretou que fossem decapitados. Cosme e Damião foram martirizados no ano de 303, na Egéia. Seus restos mortais foram transportados para a cidade de Cira, na Síria, e depositados numa igreja a eles consagrada. No século VI uma parte das relíquias foi levada para Roma e depositada na igreja que adotou o nome dos santos. Outra parte dela foi guardada no altar-mor da igreja de São Miguel, em Munique, na Baviera. Os santos gêmeos são cultuados em toda a Europa, especialmente Itália, França, Espanha e Portugal. Em 1530, na cidade de Igaraçu, em Pernambuco, foi construída uma igreja em sua homenagem.
São Cosme e Damião são venerados como padroeiros dos médicos e farmacêuticos, e por causa da sua simplicidade e inocência também são invocados como protetores das crianças.
Como acontece com tantos outros santos, a vida dos santos gêmeos está mergulhada em lendas misturadas à história real. Segundo algumas fontes eles eram árabes e viveram na Silícia, às margens do Mediterrâneo, por volta do ano 283. Praticavam a medicina e curavam pessoas e animais, sem nunca cobrar nada.
O culto aos dois irmãos é muito antigo, havendo registros sobre eles desde o século 5, que relatam a existência, em certas igrejas, de um óleo santo, que lhes levava o nome, que tinha o poder de curar doenças e dar filhos às mulheres estéreis.
Aqui no Brasil, a devoção trazida pelos portugueses misturou-se com o culto aos orixás-meninos (Ibjis ou Erês) da tradição africana yoruba. São Cosme e São Damião, os santos mabaças ou gêmeos, são tão populares quanto Santo Antônio e São João. São amplamente festejados na Bahia e no Rio de Janeiro, onde sua festa ganha a rua e adentra aos barracões de candomblé e terreiros de umbanda, no dia 27. No dia 27 as crianças saem às ruas para pedir doces e esmolas em nome dos santos e, as famílias aproveitam para fazer um grande almoço, servindo a comida típica da data: o chamado caruru dos meninos.
Segundo a lenda africana, os orixás-crianças são filhos de Iemanjá, a rainha das águas e de Oxalá, o pai de toda a criação. Outras tradições atribuem a paternidade dos mabaças (gêmeos) a Xangô, tanto que a comida servida aos Ibejís ou Erês, chamados também carinhosamente de “crianças” é a mesma que é oferecida a Xangô, o senhor dos raios, o caruru. Uma característica marcante na Umbanda e no Candomblé em relação às representações de São Cosme e São Damião é que junto aos dois santos católicos aparece uma criancinha vestida igual a eles. Essa criança é chamada de Doúm ou Idowu, que personifica as crianças com idade de até sete (7) anos de idade, sendo ele o protetor das crianças nessa faixa de idade. Junto com o caruru são servidas também as comidas de cada orixá, e enquanto as crianças se deliciam com a iguaria sagrada, à sua volta, os adultos cantam cânticos sagrados (oríns) aos orixás. 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Crônica do dia 7 de Setembro

Independência do Brasil. Até respeito à data como fonte histórica de informação. “Dom Pedro I com a espada em punhos nas encostas do Rio Ipiranga. Fez parar seu cavalo, virou-se e gritou: Independência ou Morte. E o Brasil simbolicamente tornou-se independente da colonização portuguesa”. Resumidamente, foi esta a explicação dada por alguma professora de história nos tempos de colégio. Tempos bons aqueles. Tudo parecia ser mais fácil.
Continuando a falar de um passado, mas muito mais recente, acabo de chegar na década de oitenta, década esta que muitos dizem ser a mais chata de toda história. Injusto dizer que na década de 80 não aconteceu porra nenhuma. O problema foi que as décadas anteriores foram tumultuadas demais. No quesito mundo, o primeiro que me faço lembrar é no tal Gorbatchev, lá no final. Era um cidadão com uma mancha rosa no meio da testa, mas que possuía um incrível arsenal bélico, constituído durante todo o tempo de Guerra Fria contra os EUA. Aliás, recordo-me bem, que além da dúvida se teríamos uma guerra entre estes dois países ou não, ninguém sabia como falar o nome do até então líder soviético. Repórteres no mundo inteiro não sabiam se era Gorbatchev ou Gorbatchov. Depois a União Soviética tornou-se Rússia e ninguém mais falou nada. Sou do tempo da queda do muro de Berlim. Ainda lembro de uma porção de cabeças loiras arrancando pedaços do muro rumo a unificação da Alemanha. Tudo era mais simples e prático.
Aqui no Brasil, sou do tempo em que pousavam aviões de toda parte trazendo os últimos exilados brasileiros. Vinham de Cuba, Chile, Argélia, França e outros lugares. Descarregavam velhos e jovens comunas de volta aos aparelhos da sociedade, agora democrática. Nasci na parte mais sem graça, porém melhor da ditadura militar. A abertura política trouxe a democracia plena, nunca antes executada no país. E mesmo que queiram me convencer que os militares devam assumir o poder novamente, vou contra. Sempre.
Sou do tempo do início da modernização. Além da bola, existia o ATARI. Passava o dia todo jogando Enduro. Primeiro era um jogo por cartucho e achávamos moderno quando surgiu quatro jogos em um. O telefone celular era do tamanho de um tijolo maciço. Não existia internet. Toda comunicação externa era feita por carta. Naquela época tênis de criança não piscava. Rosemary e Wanderléia eram exuberantes. Ainda tinha Chico Buarque causando histeria nas fãs durante os programas do Chacrinha. Tinha o Costinha no auge com seu “uów” no microfone. E, claro, era doente pelo bochechudo do Fofão e comia umas bolachas em que ele aparecia. Com lágrimas nos olhos lembro do programa diário do Chaves e lembro um pouco da TV Pirata. Tinha ainda a fita que arrebentava dentro do som e era um saco tirar aquilo. Tudo era mais louco.
E lembro muito bem dos desfiles de outrora, nos dias sete de setembro. Via-se um orgulho maior na cara dos brasileiros. Hoje, muitos vestem preto em protestos. As bandas marciais já não possuem o mesmo ritmo. Existe desânimo nos aplausos do público. Muita coisa mudou, no mundo e aqui, mas o grito de independência ainda permanece. Cada vez mais fraco. Cada vez mais rouco.
 Glauco Moretti