quarta-feira, 25 de julho de 2012

SÃO CRISTOVÃO

Colon, Cuba e S. Cristóvão




O famoso mapa de Juan de La Cosa, elaborado em 1500

A zona do mapa em cor verde representa o Novo Mundo, o actual continente americano. A meio, no lugar da América Central encontra-se uma miniatura representando S. Cristóvão, atravessando as águas, apoiado no seu bordão e com Cristo menino aos ombros.
Que mensagem queria Juan de La Cosa, proprietário e mestre da nau Santa Maria, cartógrafo de Cristóvão Colon, transmitir aos vindouros?
Atente-se na assinatura críptica de Cristóvão Colon, XpoFERENS, que significa precisamente “aquele que leva Cristo”. E aquele que leva Cristo aos ombros é Cristóvão. E levou-o até ao Novo Mundo.


Juan de la Cosa
(informação constante da Wikipedia )

“Juan de la Cosa foi um navegador, explorador e conquistador espanhol.

De seu nascimento até 1488 pouco se sabe de sua biografia. Foi nesse ano que Bartolomeu Dias regressou a Portugal depois de haver cruzado o Cabo da Boa Esperança. É possível que Juan de la Cosa se encontrasse em Lisboa como espião dos Reis Católicos espanhóis. Por sorte, o marinheiro escapou antes que os oficiais portugueses o capturassem.

Em 1492 participou da primeira expedição de Cristóvão Colombo, sendo o proprietário da nau "Santa Maria", capitânia da expedição. As relações com o Almirante não foram muito boas. Este chegou a acusá-lo de ser o responsável pelo naufrágio da embarcação, durante a noite de Natal de 1492. Entretanto, Juan de la Cosa participou na segunda viagem de Cristóvão Colombo e recebeu da Rainha Isabel uma recompensa em conseqüência da perda de seu navio (28 de fevereiro de 1494).

Em 1499, participou como piloto principal na expedição de Alonso de Ojeda. No curso dessa viagem exploraram as costas entre a desembocadura do Rio Orinoco e o cabo de la Vela. Juan de la Cosa foi ferido com uma flecha indígena. De regresso, realizou seu famoso mapa múndi, no qual reúne e apresenta todas as terras descobertas pelos portugueses e espanhóis, compreendidas as descobertas feitas por Sebastião Caboto. O mapa foi realizado no porto de Santa Maria em 1500 (encontra-se actualmente no Museu Naval de Madrid). O mapa havia sido pedido pelos Reis Católicos.”

Nota: o papel de Juan de La Cosa não é muito claro no que concerne às suas ligações a Castela ou a Portugal. Na versão espanhola da Wikipedia, dá-se como segura a presença de Juan de La Cosa em Portugal em 1488, com base em referências sólidas. O episódio do encalhe do Santa Maria, navio de que era simultaneamente mestre e proprietário, é interpretado pelo historiador Manuel da Silva Rosa, em “O mistério Colombo revelado” como sendo propositado, de forma a forçar todos os nobres castelhanos participantes na viagem da descoberta a ficarem isolados no Novo Mundo, enquanto Cristóvão Colon  regressava à Europa para transmitir a sua versão sobre os territórios descobertos.
É sobremaneira intrigante que o proprietário da nau tenha sido um dos primeiros a abandoná-la e a afastar-se. Estranho ainda é que Juan de la Cosa tenha acompanhado Colon na sua visita ao Rei de Portugal, D. João II, aquando do regresso à Europa, a quem foi dar as notícias em primeira mão, e que D. João II tenha oferecido a Juan de La Cosa uma compensação pela perda do Santa Maria.


No livro “A vida e a época de Cristóvão Colombo”, colecção “Os grandes da História” dirigida por Enzo Orlandi, edit. Verbo, o autor utiliza até uma expressão muito original, ao referir que "a figurinha desenhada no mapa de Juan de La Cosa representa o Almirante Cristóvão Colombo em vestes de S. Cristóvão."

 
(ampliação da miniatura de S. Cristóvão do mapa de Juan de La Cosa)


   

(Cuba - pintura mural a fresco, representando S. Cristóvão)


Na Cuba também existe uma pintura representando S. Cristóvão.
Encontra-se na Igreja do antigo Recolhimento e Convento do Carmo.
O que mais ressalta nesta pintura mural representando S. Cristóvão são as pouco habituais dimensões do quadro: 4,50 m de altura por 3,10 m de largura – um gigante!

O que faz este S. Cristóvão na Cuba? Esta Igreja não é dedicada a S. Cristóvão; o padroeiro da Cuba é, desde sempre, S. Vicente, ao qual foi e é dedicada a primeira e principal igreja. Não existe na Cuba nenhum rio para atravessar e o mar está demasiado longe para que possamos dizer que este S. Cristóvão estará ali por esse motivo simbólico.
Também será intrigante o facto deste S. Cristóvão ser representado sem a habitual auréola que encontramos nas imagens dos diversos Santos da Igreja, incluindo as múltiplas variantes de S. Cristóvão, como abaixo mostramos.

             
(Imagens tradicionais de São Cristóvão)

Isso confere ao S. Cristóvão da Cuba uma muito maior dimensão humana.
Estaremos perante um Cristóvão que levou Cristo e não verdadeiramente um S. Cristóvão?

Será que esta pintura de S. Cristóvão foi ali efectuada para que façamos esta associação de ideias?
Não será que Juan de La Cosa desenhou um S. Cristóvão no seu mapa para nos mostrar uma associação entre a viagem da descoberta e o navegador que a realizou?
E não é interessante saber que S. Cristóvão é o padroeiro de Havana, em Cuba, descoberta pelo Almirante Don Cristobal Colón ?


Do Roteiro da Rota do Fresco (edição da Associação de Municípios do Alentejo Central), extraímos a seguinte informação:
A imponente edificação do Convento do Carmo, iniciada em finais do século XVII detém, na sua Igreja, uma pintura mural que se preserva no alçado Sul da nave com a representação isolada de um “S. Cristóvão”

Em “O concelho de Cuba – subsídios para o seu inventário artístico “ da historiadora Emília Salvado Borges, encontramos:
Na parede lateral do lado da Epístola destaca-se uma pintura a fresco, de grandes dimensões, representando S. Cristóvão, com a seguinte inscrição
«Este quadro mandou fazer o Padre João Mendes Vieira, capelão do Padroado que instituiu Martinho Janeiro Sebolinho de Barahona, no ano de 1759.»
(Esta data é, claro, a da pintura, e não a da instituição do padroado cuja data (1747) já referimos anteriormente.)

Depois podemos deduzir, como o faz Julieta Marques na publicação “Cristóvão Colom – um filho de D. Fernando, Duque de Beja”:
No pleno silêncio desde 1759, há dois séculos e meio aguarda uma renovada interpretação, um ciclo, de cuja previsível sabedoria, o tempo coloca nos nossos caminhos sem que saibamos dizer como acontece…
Este fresco de São Cristóvão que revelamos em Cuba, no Alentejo, tem certamente que contar! E nem sequer São Cristóvão é o padroeiro da Vila de Cuba. O seu padroeiro é São Vicente! Uma questão que originou algumas deduções, mas que explicitamente não deixam de constituir referências para episódios factuais. De conjuntura lógica e na simbiose da simbólica-secreta, o fresco de São Cristóvão traduz a alma duma mensagem, objectivamente situada num lugar sagrado, que indirectamente regista um dado acontecimento: o de um nascimento de figura nobre que o mensageiro, capelão e o artista pintor transmitiram para a posteridade, ligando-os no mesmo elo, o Santo e a figura que adoptou o nome do Santo, expressivamente usada como identidade e Sigla. Toda a mesma intenção existe no contexto deste fresco – em Cuba, do Alentejo, na década de 1450 nasceu ali alguém, filho de nobre, que foi Cristóvão Colom…

Num princípio intuitivo de inerentes conjecturas entendemos a colossal imagem, como a mensagem revelada no conhecido São Cristóvão, conciliada no outro Cristóvão, secretamente nascido em Cuba, mistério que um capelão do Recolhimento do Carmo, conheceu por manuscritos ou pelo povo, e registou a seu modo transmitido para os vindouros da demanda.

Duma posterior conversa com o historiador Manuel da Silva Rosa, outra questão poderemos colocar:
Existiria alguma ligação de parentesco entre este Martinho J. S. Barahona, instituidor daquele padroado que nos legou a pintura de S. Cristóvão / Cristóvão , e João de Barahona, cunhado de Don Cristobal Colón?
Esse João de Barahona que se deslocou com Pedro Correia da Cunha, também cunhado de Colon, para comprarem um manto da Ordem de Santiago destinado a Diogo Colon, filho do navegador.

Carlos Calado
Setembro 2007



25 de julho: Dia Internacional da Mulher Negra


Sabe qual a diferença entre mulheres negras e mulheres brancas? A principal diferença está na maneira como a sociedade as vê e as trata. O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha foi instituído em julho de 1992 pela ONU no 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, em Santo Domingo, na República Dominicana. Estipulou-se que este dia seria o marco internacional da luta e da resistência da mulher negra, tendo em conta a condição de opressão de gênero e racial/étnica em que vivem as mulheres negras, explícita em muitas situações cotidianas.

As mulheres negras morrem mais, que as mulheres brancas atendidas pelos órgãos públicos, ganham os menores salários e são as que mais sofrem discriminação no mercado de trabalho.

Precisamos sair desse lugar escondido, que o modelo racista nos impõe, a maioria das mulheres negras somente vão da casa para o trabalho, outras nem saem com suas famílias porque não suportam serem olhadas como intrusas. Recentemente uma funcionária negra foi insultada e humilhada ferozmente por um cliente no Shopping em Brasília, esse caso rendeu além de inquérito policial, várias manchetes de repercusão nacional e internacional, e não se trata de um caso isolado é mais caso de muitos. Então fazemos a pergunta que não quer calar: Mulheres Negras não podem mostrar sua cara?? principalmente em espaços de empoderamento?!













quarta-feira, 18 de julho de 2012

Mandela completou 94 anos nesta quarta-feira


Mandela completa 94 anos 

Em todo país, milhares de sul-africanos participaram do Dia Internacional de Nelson Mandela, estabelecido pela ONU em 2009 e que pede que todos os cidadãos se dediquem a causas sociais durante 67 minutos de seu dia.



Nelson Rolihlahla Mandela foi um líder rebelde e, posteriormente, presidente da África do Sul de 1994 a 1999. Principal representante do movimento anti-apartheid, considerado pelo povo um guerreiro em luta pela liberdade, era tido pelo governo sul-africano como um terrorista e passou quase três décadas na cadeia.

De etnia Xhosa, Mandela nasceu no pequeno vilarejo de Qunu, distrito de Umtata, na região do Transkei. Aos sete anos, Mandela tornou-se o primeiro membro da família a frequentar a escola, onde lhe foi dado o nome inglês "Nelson". Seu pai morreu logo depois, e Nelson seguiu para uma escola próxima ao palácio do Regente. Seguindo as tradições Xhosa, ele foi iniciado na sociedade aos 16 anos, seguindo para o Instituto Clarkebury, onde estudou cultura ocidental.

Em 1934, Mandela mudou-se para Fort Beaufort, cidade com escolas que recebiam a maior parte da realeza Thembu, e ali tomou interesse no boxe e nas corridas. Após se matricular, ele começou o curso para se tornar bacharel em direito na Universidade de Fort Hare, onde conheceu Oliver Tambo e iniciou uma longa amizade.

Ao final do primeiro ano, Mandela se envolveu com o movimento estudantil, num boicote contra as políticas universitárias, sendo expulso da universidade. Dali foi para Johanesburgo, onde terminou sua graduação na Universidade da África do Sul (UNISA) por correspondência. Continuou seus estudos de direito na Universidade de Witwatersrand.

Como jovem estudante do direito, Mandela se envolveu na oposição ao regime do apartheid, que negava aos negros (maioria da população), mestiços e indianos (uma expressiva colônia de imigrantes) direitos políticos, sociais e econômicos. Uniu-se ao Congresso Nacional Africano em 1942, e dois anos depois fundou com Walter Sisulu e Oliver Tambo, entre outros, a Liga Jovem do CNA.

Depois da eleição de 1948 dar a vitória aos afrikaners (Partido Nacional), que apoiavam a política de segregação racial, Mandela tornou-se mais ativo no CNA, tomando parte do Congresso do Povo (1955) que divulgou a Carta da Liberdade - documento contendo um programa fundamental para a causa anti-apartheid.

Comprometido de início apenas com atos não-violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às armas após o massacre de Sharpeville, em março de 1960, quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, matando 69 pessoas e ferindo 180.

Em 1961, ele se tornou comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por ele e outros. Mandela coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo e viajou para a Argélia para treinamento paramilitar.

Em agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso após informes da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em 1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela admitiu) e por conspirar para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega).

No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema das campanhas anti-apartheid em vários países.

Durante os anos 1970, ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada. Mandela continuou na prisão até fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk.

Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da paz em 1993.

Como presidente do CNA (de julho de 1991 a dezembro de 1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de maio de 1994 a junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa.

Ele se casou três vezes. A primeira esposa de Mandela foi Evelyn Ntoko Mase, da qual se divorciou em 1957 após 13 anos de casamento. Depois casou-se com Winie Madikizela, e com ela ficou 38 anos, divorciando-se em 1996, com as divergências políticas entre o casal vindo a público. No seu 80º aniversário, Mandela casou-se com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano.

Após o fim do mandato de presidente, em 1999, Mandela voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos. Ele recebeu muitas distinções no exterior, incluindo a Ordem de St. John, da rainha Elizabeth 2ª., a medalha presidencial da Liberdade, de George W. Bush, o Bharat Ratna (a distinção mais alta da Índia) e a Ordem do Canadá.

Em 2003, Mandela fez alguns pronunciamentos atacando a política externa do presidente norte-americano Bush. Ao mesmo tempo, ele anunciou seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS chamada "46664" - seu número na época em que esteve na prisão.

Em junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que se retiraria da vida pública. Fez uma exceção, no entanto, por seu compromisso em lutar contra a AIDS.

sábado, 14 de julho de 2012

Dia da Liberdade de Pensamento (14 de Julho)

No dia 14 de julho é comemorado em todo o mundo o Dia da Liberdade dePensamento. A primeira vez em que foram definidos a liberdade e os direitos fundamentais do Homem foi por meio da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada pela Assembléia Nacional Constituinte da França em 26 de agosto de 1789. Vale lembrar, ainda, que o dia 14 de julho remete a uma data muito importante na história: a Queda da Bastilha, que marcou o início da Revolução Francesa.

Além de ter servido de inspiração para as constituições francesas de 1848 e para a atual, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão também foi base da Declaração Universal dos Direitos Humanos, promulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 10 de dezembro de 1948. Nela, são enumerados os direitos que todos os seres humanos possuem. Nos artigos XVIII e XIX, por exemplo, estão dispostas as seguintes observações, respectivamente:

“Todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular”.

“Todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”.

Fonte: ONU e Historianet